Alguns autores defendem que a adolescência consiste os anos entre as idades de 13 e 19 anos e pode ser considerada o estágio de transição entre a infância e a idade adulta. No entanto, as mudanças físicas e psicológicas que ocorrem na adolescência podem começar mais cedo, até mesmo durante o período da pré-adolescência, entre 9 e 12 anos. A adolescência é uma fase de muitas descobertas, mas também de muitas angústias. Este período traz questões de independência, autonomia e construção da própria identidade. Os adolescentes e seus pares enfrentam, nessa difícil fase, escolhas em relação a e escola, sexualidade, vida social e etc.
Autores clássicos da psicanálise apontam para a adolescência enquanto um momento de elaboração de lutos pela perda do corpo infantil, da identidade e dos pais da infância, que outrora eram vistos pela criança como tão perfeitos, e agora, para o adolescente é visto como pessoas portadoras de tantos defeitos.
Os interesses naturalmente giram em torno dos amigos, do par romântico e da própria aparência.
Falar abertamente com os adolescentes sobre as mudanças que eles estão vivenciando, geralmente é um desafio para qualquer pai ou mãe, especialmente dada a mudança no relacionamento entre pais e filhos que ocorre durante esse período. . Os adolescentes estão no processo de desenvolvimento de capacidades semelhantes às dos adultos, mas ainda não chegaram na fase adulta, e orientações vindas dos pais nem sempre é um caminho tão fácil e aberto
Os problemas de saúde mental que as pessoas enfrentam quando adultos têm início na infância ou na adolescência, porém, os adolescentes que lutam contra ansiedade, depressão ou outras formas de sofrimento nem sempre levarão estes sofrimentos até a fase adulta. Cabe aos pais, nesta fase, identificar sinais preocupantes e adotar uma postura buscando a aproximação de seus filhos, tomando cuidado para não serem invasivos e um profissional de psicologia.
A adolescência demanda a elaboração psíquica de muitas perdas e a construção de uma nova identidade. Frente a isso, diversos conflitos podem ser suscitados, sendo relevante o trabalho psicoterapêutico na promoção e manutenção da saúde emocional do adolescente. É bastante comum, e as vezes, fundamental, o envolvimento da família no processo psicoterapêutico, para que haja um bom desenvolvimento do adolescente.
A escuta psicanalítica, em sua dimensão de acolhimento e trabalho com a singularidade do sujeito, é uma via importante que pode contribuir significativamente para que o adolescente enfrente a sua demanda intrapsíquica, bem como possa dar sentidos àquilo que é próprio de sua experiência e que persistia, até então, como algo indizível. Assim, o encontro entre o psicólogo e o paciente ajudará para que ele (o paciente) não só aproveite o seu momento de vida no que diz respeito ao cuidado consigo, a construção de bons vínculos com os outros, como também, que possa contar com recursos de saúde no enfrentamento de outros conflitos ao longo de sua vida.